Ex-presidentes da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), reitores de universidades federais, lideranças estudantis e de movimentos ligados à educação realizaram na tarde desta terça-feira (17), na Câmara, um Ato de entrega do manifesto assinado por ex-presidentes da Andifes, em que solicitam a intermediação do parlamento junto ao governo Bolsonaro por mais diálogo entre as universidades federais e o Ministério da Educação. O documento defende que por meio desse diálogo seja superado o bloqueio de recursos que já comprometem o funcionamento das universidades federais.
Acompanhados por dezenas de parlamentares da Oposição, e também de outros partidos, três ex-presidentes da Andifes entregaram o manifesto à primeira Secretária da Mesa Diretora da Casa, deputada Soraya Santos (PL-RJ), que ficou de repassá-lo ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Ato público
Antes da entrega do manifesto no plenário da Câmara, foi realizado um ato público em um dos plenários das Comissões para a apresentação do documento. A reunião foi convocada pela Frente Parlamentar Pela Valorização das Universidades Federais.
Para o deputado federal Rubens Otoni (PT-GO), membro da Frente Parlamentar, a situação das universidades é de asfixia financeira, por isso é preciso buscar o diálogo e apoio do parlamento para reverter esta situação. “Defender a educação pública, gratuita e de qualidade não é um assunto que pertence a um campo político, a partidos nem mesmo às universidades, mas a toda sociedade que deseja desenvolvimento social e econômico e a afirmação soberana do Brasil”, ressaltou.
Além de representantes de diversas entidades ligadas à defesa da educação pública, o ato contou ainda com a participação de três ex-presidentes da Andifes: Ângela Paiva (ex-reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN); Newton Lima (ex-deputado federal e ex-reitor da Universidade Federal de São Carlos/SP-UFSCar) e Paulo Speller (ex-reitor da Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT).
“Nesse manifesto, assinado por todos os ex-presidentes da Andifes e apoiado pelos atuais reitores, defendemos o que não deveria precisar ser defendido. Infelizmente o sucateamento das universidades é uma afronta diária praticada por esse governo. Ainda assim, estamos dispostos ao diálogo, com respeito às diferenças e opiniões distintas, mas trabalhando pela manutenção desse patrimônio brasileiro que são as universidades federais”, afirmou Ângela Paiva.
Em nome das entidades ligadas à defesa da educação pública, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, disse no ato que os reitores das universidades públicas podem contar com o apoio da entidade. Ele informou que nos dias 2 e 3 de outubro os estudantes voltarão às ruas em defesa da educação pública.
“Querem retirar o financiamento das entidades estudantis para nos enfraquecer porque não querem conviver com o contraditório. Vamos voltar às ruas porque esse é o nosso instrumento de luta para nos contrapormos a esse projeto, e todos juntos vamos conquistar avanços para as nossas universidades federais”, destacou.
Também participaram do Ato público representantes da SBPC, Fasubra, Proifes, Observatório do Conhecimento e Fórum Nacional Popular de Educação.
Confira a íntegra do manifesto: