Mulheres de vários movimentos sociais ocuparam a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. O ato com o tema "Mulheres contra o capital, em defesa da Democracia e da Soberania Nacional”, que visa celebrar de forma crítica o Dia da Mulher, discutir a violência contra o sexo feminino e protestar contra as reformas da Trabalhista e da Previdência, teve início na última quarta-feira, 7, e foi encerrado na quinta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, com uma caminhada pelas ruas da cidade.
Fizeram parte do protesto mulheres ligadas a várias entidades, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Camponês Popular (MCP), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno.
O Mandato Popular do deputado Rubens Otoni apoiou o ato por acreditar na luta pelos direitos das mulheres. “Lutar por uma sociedade justa fraterna e solidária, significa também lutar para garantir igualdade de direitos para as mulheres. Por isso, neste mês, em que se comemora e luta-se pelos direitos das mulheres por todo mundo, reafirmo nosso compromisso pela inclusão da mulher em todos os espaços do poder”, destaca o deputado Rubens Otoni.
Para Beth Souza, coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Goiás, a violência contra a mulher é um dos assuntos que serão debatidos e denunciados. "É preciso denunciar as mais diversas formas de violência contra a mulher e cobrar políticas públicas, Goiás é o segundo estado no ranking de feminicídio", completa.
Segundo Sandra Alves, coordenadora nacional do Movimento Camponês Popular (MCP), os movimentos sociais querem conversar com a liderança da Alego e com o governo do estado para que seja derrubado o veto do governo na lei que estabelece um valor mínimo orçamentário para o Fundo da Agricultura Familiar e Camponesa. "Lei bonita sem dinheiro não adianta nada", afirma.
Amélia Franz que é coordenadora nacional do MST destacou que esta atividade de hoje, mostra a unificação dos movimentos sociais, principalmente em apoio a candidatura de Lula. "É uma eleição que representa a luta de classes, impedir Lula de participar das eleições é só o primeiro ataque", afirma Amélia, que garante que o MST vai defender o direito de Lula ser candidato.
A presidente estadual do PT Goiás, Kátia Maria dos Santos explicou que as atividades se encerram amanhã, com uma caminhada pelas ruas da cidade. "Marcharemos unidas, até que todas sejamos livres", defende.
Câmara dos Deputados
Em homenagem ao Mês da Mulher, a Câmara aprovou nesta quarta-feira (7) seis projetos da bancada feminina. O primeiro deles, o projeto de lei (PL 5452/16), do Senado, tipifica o crime de divulgação de cenas de estupro e aumenta a pena para estupro coletivo. Devido às mudanças no texto original, a matéria retorna ao Senado.
O texto aprovado incluiu o crime de importunação sexual, proposta prevista em projetos sobre o tema. Entre eles, o PL 6722/16, de autoria da deputada Maria do Rosário (PT-RS) e do deputado Zé Carlos (PT-MA). O dispositivo permitirá punir com pena de detenção os casos de assédios ocorridos em ônibus e metrô. Atualmente, esse comportamento é classificado como contravenção penal, punido somente com multa.