A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta quinta-feira (5), em coletiva à imprensa, que o julgamento do habeas corpus de Lula no Supremo Tribunal Federal retirou do ex-presidente o “direito à presunção de inocência”, previsto na Constituição Federal. Ela afirmou ainda que Lula permanece como candidato do PT à presidência da República. “Lula segue candidato porque é inocente e, portanto, tem o direito a se candidatar. E, não tenho dúvidas de que se candidato for tem tudo para se eleger o próximo presidente do Brasil”.
Gleisi Hoffmann enfatizou que Lula será candidato porque a candidatura dele não pertence mais só ao Partido dos Trabalhadores. “Ele é o candidato de uma parcela expressiva do povo brasileiro. Cabe a nós defendê-lo e viabilizar a candidatura”, reforçou.
A presidenta do PT considerou que foi uma grande injustiça o Supremo ter negado o habeas corpus a Lula. “Lamentavelmente uma parte dos ministros do STF impediu que o tribunal cumprisse o seu papel de guardião da Constituição, retirando do presidente Lula o direito que a Carta Magna lhes resguarda: a presunção de inocência, de responder e de se defender em liberdade até que o seu processo fosse julgado em última instancia”.
Gleisi Hoffmann informou que o ponto principal da ação do partido agora é atuação, junto com os setores democráticos da sociedade, para reivindicar que a Suprema Corte paute o quanto antes o julgamento as Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) que contestam entendimento do STF e podem rever a possibilidade de prender alguém após condenação em segunda instância. “O Supremo tem que pautar logo, até porque as ações já estão aguardando há algum tempo para serem avaliadas. E, pelo posicionamento da maioria dos ministros, essa posição será revista”.
Por isso, continuou a presidenta, “consideramos que a prisão seria uma injustiça”. E reforçou: “nós não aceitamos essa prisão, não como ela está estabelecida. Se ela acontecer será uma violência ao presidente. Essa é uma prisão política que vai expor o Brasil ao mundo. Viraremos uma republiqueta de bananas”, ponderou.
Solidariedade – Gleisi Hoffmann disse que Lula e o Partido tem recebido solidariedade internacional e que ela já está sendo procurada pela imprensa estrangeira porque aos olhos do mundo o que está acontecendo em nosso País é uma violência. “As pessoas estão questionando muito a que ponto o Brasil chegou para nós estarmos em uma situação como essa. Como um líder da qualidade do presidente Lula, o presidente mais popular que nós já tivemos e o único líder na frente das pesquisas eleitorais não tem condições de se defender à luz da Constituição. Uma pessoa inocente que não pode se utilizar da máxima para se defender e provar sua inocência”.
A presidenta do PT conclui explicando que a estratégia jurídica de defesa do ex-presidente Lula ainda está sendo discutida pelos seus advogados. “A nossa avaliação foi no campo político. Caso a prisão venha ocorrer será uma violência, uma prisão política. E estaremos ao lado dele. Lula está bem, está sereno, tem consciência tranquila dos inocentes e vai enfrentar esse momento junto com a militância, junto com as pessoas que o apoiam”.