Instituída pela ONU, a Década da Agricultura Familiar 2019-2028 foi lançada no Brasil hoje (11), pela da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar na Câmara dos Deputados. O evento, que ocorreu no Plenário Ulysses Guimarães, reuniu especialistas e representantes das principais entidades do país para falar sobre os desafios do setor. Ao mesmo tempo, do lado de fora do plenário, no Salão Verde, está sendo realizada exposição com painéis e mesa de produtos da agricultura familiar: pães, cucas, geleias, salames, queijos, sucos, verduras, frutas e artesanato.
Lançada mundialmente em Roma no mês de maio, e na América Latina em agosto, na República Dominicana, a Década tem o objetivo de valorizar a agricultura familiar em todos os países e impulsionar o desenvolvimento sustentável, desafiando os governos a colocá-la no centro das políticas de segurança alimentar. Até o final de 2019 serão promovidos eventos de divulgação nos 26 estados brasileiros e Distrito Federal e no maior número possível de municípios.
O deputado federal por Goiás, Rubens Otoni (PT), que faz parte da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, afirma que esta iniciativa das Nações Unidas propõe repensar os modos de vida. “Atualmente 25% da população do planeta sofre com problemas decorrentes da obesidade, outros 11% – ou 821 milhões de pessoas – passam fome. A agricultura familiar pode mudar essa realidade, fornecendo na própria localidade alimentos frescos e nutritivos, produzidos de forma sustentável, preservando o meio ambiente”, explica Otoni.
O parlamentar é autor de diversos projetos de leis que buscam incentivar e valorizar a agricultura familiar e defende que nenhum setor estratégico prospera sem o apoio dos governos e da sociedade. “Por isso a ONU entende que se todos os países trabalharem juntos nos próximos dez anos é possível construir um plano global para fortalecer a agricultura familiar, permitindo que os jovens permaneçam no campo” afirma. Entre os desafios a serem vencidos estão as disputas comerciais, as barreiras impostas pelas nações mais ricas, as grandes corporações que impõem seu modelo de produção e a necessidade e políticas públicas de apoio ao setor, entre outros.