Presente na capital goiana, o deputado federal Rubens Otoni concedeu entrevista à Rádio Mil FM, onde falou sobre o cenário político atual do Brasil, os ajustes feitos pelo governo federal na econômica brasileira e ainda pontuou opiniões sobre as eleições municipais de 2016 e as possíveis alianças partidárias. Leia trechos da entrevista:
Ivan Mendonça: Qual o saldo que o senhor acha que ficou do 5º Congresso do PT realizado em Salvador?
Rubens Otoni:Um encontro importante para traçar as diretrizes e preparar o partido para os novos desafios. E aí, nesses novos desafios, 2016 é um ano que temos eleições municipais, logo, é o momento para prepararmos nossas lideranças, de formarmos quadros para podermos disputarmos as eleições para prefeito e vereadores. O 5º Congresso do PT foi importante para a formação política, mobilização da nossa militância e preparação para as eleições municipais.
Ivan Mendonça: O senhor defendeu a prevalência do bom senso quanto a manutenção da política econômica?
Rubens Otoni:Olha essa é uma questão importante porque o Brasil vive hoje um momento desafiador, uma crise econômica que não existe apenas em nosso País, mas sim em vários países. Uma crise que bateu forte também nos Estados Unidos e, em alguns países da Europa, a taxa de desemprego segue alta. Um dos lugares onde essa crise bateu mais leve foi no Brasil, justamente por causa das nossas políticas de incentivo ao emprego. Agora isso tem um limite, chega um momento que você não tem como garantir isso apenas com políticas públicas internas. Chega um ponto que é preciso fazer um reajuste, esse ano de 2015, ano importante, onde estão sendo feitos ajustes para dar uma equilibrada e assim darmos uma retomada no crescimento econômico.
Ivan Mendonça: Existe uma ala otimista no PT dizendo que o partido estará melhor em 2017 e quando chegar em 2018, a legenda estará revigorada. O senhor comunga com isso?
A questão do governo, questão econômica, eu não tenho dúvida que em 2016 estaremos retomando o crescimento econômico, porque o ajuste está sendo feito para isso. Equilibrando as contas internas, mas sem deixar de lado aquilo que é essencial nas políticas sociais. Eu não tenho dúvida que em 2016 nós já teremos a competitividade necessárias para as eleições municipais.
Ivan Mendonça: Como que o senhor analisa o cenário das eleições de 2016 para o PT no Brasil?
Rubens Otoni:Olha as eleições municipais serão bem delicadas não somente para o PT, mas serão desafiadoras para todos os partidos. Primeiro porque estamos vivendo a pulverização da representação política e com isso menos espaço. Segundo que aqueles que estão no poder enfrentam dificuldades para poder se apresentar, então, o PT vai enfrentar esses desafios junto com os demais partidos. Mas, a nossa avaliação é que PT não apenas têm possibilidades de manter os espaços existentes, mas também ampliá-los ainda nesse próximo cenário.
Ivan Mendonça: Em Goiás, o que se pode esperar?
Rubens Otoni:Estamos trabalhando para isso, formando nossas lideranças, fazendo nossas reuniões e avaliando os cenários dos municípios mais estratégicos. Nosso objetivo é aumentar a nossa representação, aumentando o número de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. É um desafio que estamos nos colocando para o próximo ano.
Ivan Mendonça: Saiu a pesquisa Datafolha e a popularidade da presidenta Dilma está despencando. E aí?
Rubens Otoni:Isso não nos assusta. Está dentro do esperado para o ano de 2015. São os ajustes que estamos fazendo. Então, qualquer pesquisa que se fizer agora é natural que coloque o nosso governo em baixa. Isso é o que o governo está vivendo. É justamente para que em 2016 nós possamos retomar a velocidade que tínhamos anteriormente.
Ivan Mendonça: Como o senhor avalia a parceria entre o Governo Federal com o Governo do Estado?
Rubens Otoni:Ivan, a parceria do governo federal não é com o Governo do Estado de Goiás, o governo federal tem uma visão ampla de trabalho e as políticas públicas são endereçadas à todos os governos, independente de ser A, B ou C. Há uma responsabilidade maior da nossa presidenta e é por isso que em Goiás nunca se recebeu tantos investimentos como agora, seja no governo do Lula ou no da Dilma.
Ivan Mendonça: Que avaliação que o senhor faz do prefeito Paulo Garcia? Ele pode dar a volta por cima?
Rubens Otoni:Não só pode, como está dando a volta por cima. O prefeito Paulo Garcia está fazendo um trabalho sério, planejado e, não tenho dúvida, já nesse ano de 2015 teremos um outro cenário e é isso que está desabrochando. Muitas obras inauguradas e que serão lançadas em Goiânia.
Ivan Mendonça: Qual a sua posição no campo político, o senhor defende o PT em Goiânia com o aliado PMDB?
Rubens Otoni:O PMDB é um aliado natural e é uma tendência que essa aliança perdure. A aliança PT-PMDB deu certo nas últimas duas eleições e no final, de um lado ou de outro, os dois lados vão trabalhar para que essa aliança continue.
Ivan Mendonça: O PT abriria mão da cabeça de chapa em Goiânia para o PMDB, de Iris Rezende?
Rubens Otoni:Quem está fazendo aliança tem que estar disposto a discutir todas as hipóteses. Tanto PT, quanto PMDB tem nomes à altura. Então, qual é o desafio? Esse ano de 2015 é o momento de dialogarmos com a sociedade, com os companheiros e quando chegar o momento de discutirmos os nomes será feito. Isso mostra o vigor dos partidos. É natural que antes, todos os partidos se coloquem no debate.
Ivan Mendonça: E para Anápolis, qual a estratégia, o partido está aberto para abrir o leque de alianças?
Rubens Otoni:Em Anápolis, nós temos uma administração exitosa, o prefeito João Gomes está realizando um trabalho de sucesso, de continuidade ao trabalho vitorioso do nosso ex-prefeito Antônio Roberto Gomide, mas também avança buscando recursos que a cidade não tinha conseguido. Temos o lançamento de uma grande obra de mobilidade urbana no valor de R$ 80 milhões, um investimento muito grande. Mais que isso, investimentos na área da educação, saúde, desenvolvimento social, o que surte na população um desejo de dar continuidade à esse trabalho.
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