Não há democracia sem respeito à Constituição, diz professor da UnB

O Encontro com Juristas pela Legalidade e em Defesa da Democracia, na terça-feira, dia 22, no Palácio do Planalto, foi realizado em um “momento extremamente difícil de tensão da Constituição com a democracia”, avalia o professor de Direito Constitucional da Universidade de Brasília, Menelick de Carvalho Netto. Ele alerta que é necessário que se garanta o respeito à Constituição para a manutenção da democracia.

“É algo que para nós é muito básico hoje: não tem democracia nenhuma se não houver limite constitucional, respeito à própria Constituição; também, não tem democracia nenhuma sem respeito às minorias. Esses dois conceitos hoje se imbricam e se requerem reciprocamente”, disse.

O encontro dos juristas, segundo ele, não se resume a uma defesa do governo. A importância reside em se mostrar a necessidade do respeito às instituições democráticas. “É a Constituição que está em risco se uma maioria puder fazer o que quiser, quando quiser, a hora que quiser e com o apoio de imprensa que tem tido. A democracia requer também limites, respeito a processos: ninguém pode ser pré-julgado, condenado previamente”.

E essa visão é compartilhada pelo subprocurador-geral da República, João Pedro de Sabóia de Mello Filho. “A importância desse encontro não está, ao meu ver, no apoio a um determinado presidente, a um determinado partido ou mesmo a uma determinada forma de governo. A importância desse encontro reside na defesa do Estado de direito ameaçado”, afirma.

Ele também chama a atenção para o desrespeito a preceitos institucionais que estão ocorrendo no País. Mello Filho citou a “publicidade opressiva” interferindo no trabalho dos tribunais, a ignorância do princípio constitucional de presunção de inocência e o desrespeito à garantia do sigilo das comunicações telefônicas.

“Enfim, estamos tendo a impressão de que os processos, tanto o jurídico quanto o político, estão sendo manipulados com a finalidade claramente eleitoral de colocar no governo pessoas que vão fazer um retrocesso nas conquistas dos mais pobres”, disse o subprocurador. 

“Querem flexibilizar a legislação trabalhista, querem acabar ou pelo menos diminuir significativamente programas sociais, enfim, querem que o pobre fique eternamente passando fome. Ora, isto, nós que lutamos pelo direito como instrumento de justiça social, não vamos assistir de braços cruzados”.

 

Comunicação Deputado Federal Rubens Otoni 

Compartilhe com amigos

Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no telegram
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no email
Compartilhar no print

Newsletter

Newsletter

Vídeos